sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
A Tabela do Tempo Geológico!
A escala do tempo - A vastidão do Tempo Geológico!
O que pensaria uma borboleta que possue uma vida de apenas um dia sobre uma sequoia que perdura por milhares de anos? Provavelmente acreditaria que a sequoia esteve sempre ali, imutável, estática e sem vida. Já um outro observador, de vida mais longa, poderia acompanhar diversas etapas da vida da sequoia, ver seu nascimento e seu crescimento, apenas porque vive em uma escala de tempo mais compatível com as taxas dos processos vitais dessa árvore. Nós humanos estamos para a Terra assim como a borboleta está para a sequoia. Ou seja, de modo geral não somos capazes de abstrair o significado da escala de tempo dos processos geológicos. O intervalo de tempo que compreende toda a história da Terra, desde sua formação até o período atual, é o que denominamos de Tempo Geológico. Ou seja, o Tempo Geológico corresponde aos 4,6 bilhões de anos da Terra.
Será que você é capaz de imaginar o que significa todo ese intervalo de tempo? Provavelmente não. Para melhor compreender essa escala de tempo nos podemos fazer uma pequena simulação:
"Imagine que os 4,5 bilhões de anos da Terra foram comprimidos em um só ano (entre parênteses colocamos a idade real de cada evento). Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas que se conhece (~3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (~3,4 bilhões de anos) apareceram nos mares em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (a menos de 400 milhões de anos). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos a mesma época em que as montanhas rochosas começaram a se elevar. Os humanóides apareceram em algum momento da noite de 31 de dezembro (a aproximadamente 11 milhões de anos). Roma governou o mundo durante 5 segundos, das 23h:59m:45s até 23h:59:50s. Colombo descobriu a América (1492) 3 segundos antes da meia noite, e a geologia nasceu com as escritos de James Hutton (1795), Pai da Geologia Moderna, há pouco mais que 1 segundo antes do final desse movimentado ano dos anos." (extraído de Eicher, 1968)
O tempo geológico está dividido em intervalos que possuem um significado em termos de evolução da Terra. A escala do tempo geológico, cujo esqueleto rudimentar foi estabelecido ainda no século XIX , está dividida em graus hierárquicos cada vez menores da seguinte forma:
* Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico);
* Eras (apenas no Éon Fanerozóico: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica);
* Períodos (para cada uma das eras do Fanerozóico);
* Épocas (subdivisões existentes apenas para os períodos do Cenozóico).
Figura 12 – Escala do Tempo Geológico com alguns eventos geológicos importantes assinalados.
Essas subdivisões foram estabelecidas ainda antes do desenvolvimento dos métodos de datação absoluta. As subdivisões de tempo definidas, portanto, não representam intervalos de tempo equivalentes, mas refletem a possibilidade de desvendar os detalhes da evolução geológica em todos os tempos. O registro geológico mais recente é mais completo e apresenta maior número de fósseis, permitindo delimitar intervalos temporais menores. O registro da evolução geológica antiga é muito mais fragmentado e com a ausência de fósseis possibilita apenas a delimitação de intervalos de tempo maiores, marcados por grandes eventos globais.
* Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico);
* Eras (apenas no Éon Fanerozóico: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica);
* Períodos (para cada uma das eras do Fanerozóico);
* Épocas (subdivisões existentes apenas para os períodos do Cenozóico).
Figura 12 – Escala do Tempo Geológico com alguns eventos geológicos importantes assinalados.
Essas subdivisões foram estabelecidas ainda antes do desenvolvimento dos métodos de datação absoluta. As subdivisões de tempo definidas, portanto, não representam intervalos de tempo equivalentes, mas refletem a possibilidade de desvendar os detalhes da evolução geológica em todos os tempos. O registro geológico mais recente é mais completo e apresenta maior número de fósseis, permitindo delimitar intervalos temporais menores. O registro da evolução geológica antiga é muito mais fragmentado e com a ausência de fósseis possibilita apenas a delimitação de intervalos de tempo maiores, marcados por grandes eventos globais.
Fronteiras e Limites
FRONTEIRAS E LIMITES
Wilson R.M. Krukoski
Aprendemos que são os seguintes os elementos básicos formadores de uma nação: "Povo", "Governo" e "Território".
As presentes considerações enfocarão mais especificamente este ultimo elemento. "Território" é a superfície delimitada por divisas, onde uma nação exerce sua soberania.
"A primeira divisa foi riscada no terreno pelo primeiro ser que compreendeu sua posição em face do semelhante mais próximo. Da propriedade individual passou à soberania coletiva, isto é, à casa, à cidade, da cidade à província e desta ao país. Tudo tem limites, raias, lindes, cercas, muros ou designação outra que vise as caraterísticas das posses materiais, de alguém, homem ou entidade social" (Castilhos Goycochea).
Fazendo uma análise retrospectiva ao longo da História, podemos verificar que o conceito ligado a Território, tal como o entendemos hoje, só veio a ser usado ha pouco mais de trezentos anos. Até então as nações tinham seus territórios definidos até onde os respectivos governos tinham capacidade de exercer sua soberania.
A concepção de nação era então ligada a um centro comunitário, uma cidade com seu governo, seu povo e sua cultura, influenciando as regiões circunvizinhas. Assim é que estudamos com escassa definição geográfica a localização e os contornos do Império Romano, os domínios de Carlos Magno, o Império Otomano, etc.
A materialização no terreno, com monumentos definidores, dos limites de um território, passou normalmente a ser feita a partir do século XVIII. Assim encontramos as primeiras tentativas de demarcação no continente Sul-Americano, a partir dos tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), que visavam a separar a terra dos Espanhóis da dos Portugueses.
Buscou-se inicialmente ter por fronteira uma região inóspita ou um obstáculo difícil de ser transposto. Ou, dito de outra maneira: era o lugar mais longe aonde podiam chegar as influências de um povo. Geralmente se constituía de um rio, uma montanha, um deserto, que serviam de parapeito, ou separação. A intenção era realmente separar as nações. Nos tempos modernos, a conceituação "de separar" mudou inteiramente.
Uma fronteira não é um parágrafo de um Tratado, nem uma linha num mapa, mas uma estrutura complexa e funcional na face da terra.
Devemos desde logo distinguir dois termos, muitas vezes impropriamente usados como sinônimos: Fronteira e Limite.
O termo "Fronteira" é mais abrangente e se refere a uma região ou faixa, enquanto que o termo Limite está ligado a uma concepção precisa, linear e perfeitamente definida no terreno.
Ao enfocar com objetividade a implantação dos limites, os estudiosos assim dividiram as fases em que a mesma se processa: "Precedentes Históricos", "Delimitação", "Demarcação" e "Caracterização".
Na fase dos "Precedentes Históricos", são estudadas as caraterísticas culturais dos povos ocupantes das diversas regiões, assim como eventuais tentativas anteriores (fracassadas ou anuladas) para o estabelecimento da fronteira.
É flagrante o conceito de que grande parte dos problemas africanos é decorrente da inobservância desses precedentes por ocasião da sua divisão política.
Considera-se como fase de "Delimitação" o estabelecimento e a ratificação dos Tratados que versam sobre o assunto.
Nesta fase, os negociadores de um e outro país decidem, à vista da documentação disponível, como deve ser traçada a linha delimitadora dos territórios que estão sendo definidos. É um processo essencialmente político.
Em seguida, passa-se à fase da "Demarcação", quando os demarcadores procuram interpretar no terreno as intenções dos delimitadores. Esta é uma fase técnica, que, no entanto, pode oferecer dificuldades de interpretação para achar no terreno o rio, a lagoa, a montanha ou outro acidente geográfico que tenha servido de base para a delimitação.
Nesta fase são implantados os "marcos demarcadores" ou "marcos principais", definidores das grandes linhas do contorno do território do país em foco.
Finalmente, temos a "Caracterização, fase estritamente técnica, na qual se procura, à medida em que aumentam as necessidades conseqüentes das ocupações populacionais ao longo das fronteiras, colocar novos marcos definidores da linha de limite, rigorosamente dentro do espírito estabelecido pelos demarcadores.
Tanto a "Demarcação", como a "Caracterização", são realizadas através de Comissões Mistas, formadas por técnicos dos países limítrofes.
Obedecendo a uma hierarquia lógica, cada fase não pode alterar a fase precedente. Assim, os técnicos que estão providenciando a melhoria da caracterização em uma fronteira, têm que levar em conta o anteriormente estabelecido pelos demarcadores, da mesma maneira que os demarcadores procuraram se ater ao espírito do tratado que estabeleceu a delimitação.
Existem ainda nações com suas fronteiras nas diversas fases anteriormente citadas. Na grande maioria já passaram da Delimitação e Demarcação, estando em processo de Caracterização, que é um processo contínuo, praticamente interminável, sempre sujeito a melhores definições.
Temos também nações que estão surgindo. A ONU quando foi criada contava com meia centena de nações. Hoje a ONU é composta de quase duas centenas de estados independentes.
Em diversos problemas internacionais da atualidade poderemos identificar casos em que uma revisão, desde os precedentes históricos, é uma necessidade para que sejam atingidas com sucesso as fases de Delimitação e Demarcação.
Nos processos de secessão do Leste Europeu, o surgimento de novas nações é um fato presumível. As providências para o estabelecimento de seus territórios decorrerão, naturalmente, dentro do escalonamento das fases anteriormente citadas
Focalizaremos a seguir os diversos tipos de limites. Uma maneira usada para distinguir os limites é dividi-los em dois tipos: Limites Naturais e Limites Geométricos ou Artificiais.
Entre os primeiros, estão os limites Hídricos ou cursos d'água e os Orográficos ou secos, que são representados geralmente por divisores de águas, montanhas ou outros acidentes geográficos.
Entre os "Limites Geométricos", temos as Linhas Geodésicas (algumas vezes equivocadamente tratadas como "retas") e as Linhas Geográficas (Meridianos e Paralelos).
Vamos agora observar os diversos monumentos, que geralmente são colocados nas fronteiras, para assinalar exatamente os locais por onde passam as linhas de limites.
Temos os Marcos de Limite, colocados exatamente por onde corre a linha e temos os Marcos de Referência, colocados próximos a linha de limite; é o caso quando a linha segue um rio, quando então colocamos marcos nas suas margens.
Também usamos chamar os marcos, em função de sua importância, assim temos Marcos Principais, Marcos Secundários, Intercalados ou Intermédios, conforme sejam os marcos colocados inicialmente, quando por ocasião do processo inicial de "Demarcação" (os primeiros), ou em continuação, nos trabalhos de "Caracterização".
Existem também os Marcos de Deslinde. São assim chamados os marcos colocados para indicar a linha de limite, quando esta linha não segue rigorosamente o que estava previsto no documento básico de "Delimitação". É o caso das localidades junto a fronteira, que, ao se acentuar a "Caracterização" têm que ser colocados um pouco fora de um divisor de águas (normalmente fazendo uma compensação de áreas), para facilitar a caracterização, seguindo o desenvolvimento urbano antes existente.
Dissemos antes que as fronteiras e limites eram estabelecidos, antigamente, para separar povos. Hoje são nas faixas de fronteiras que se dão os melhores intercâmbios das nações modernas. São as chamadas "Fronteiras Vivas", visto que as fronteiras-obstáculos receberam os benefícios da civilização e passaram a se unir.
Com a moderna aproximação dos países e o aparecimento das Comunidades de Nações, poder-se-ia achar que as fronteiras estariam condenadas, no futuro, a desaparecer. Acreditamos que não. Mudou a maneira de serem tratadas, mas jamais poderão ser dispensadas. Poderíamos comparar com o caso da divisa entre moradores, no campo, onde uma cerca velha ou um banhado é suficiente para separar as propriedades; em contraste com a delimitação de terrenos numa cidade, onde os lotes altamente valorizados são definidos dentro do milímetro e há necessidade de um perfeito cadastramento e uma precisa monumentação.
É sempre oportuna a lembrança de que "boas cercas fazem bons vizinhos".
Vamos olhar agora para o Brasil. Entendemos que toda a fase de Delimitação foi já realizada, e praticamente toda a fase de Demarcação está completada. Estamos em todas as nossas fronteiras levando a cabo a fase de Caracterização.
No Ministério das Relações Exteriores do Brasil os assuntos de fronteiras e limites já foram fundamentais. Veja-se a era de Rio Branco, que soube tão bem tratar de nossas lindes fronteiriças, com excepcional estratégia político-diplomática. Acreditar, entretanto, que não persistem ainda problemas e trabalhos de fronteira e limites seria um grave erro. Esses trabalhos nunca terminam, porque estes assuntos, tipicamente de âmbito binacional, só podem ser tratados por comissões mistas, em um trabalho continuado bastante especializado.
Além das atividades consulares de fronteira sempre persistem detalhes específicos, próprios da fase de caracterização, que são realizados no Brasil através do trabalho continuo de duas Comissões Técnicas do Ministério das Relações Exteriores, uma sediada no Rio de Janeiro, encarregada dos limites brasileiros com a Bolívia até o Uruguai e outra sediada em Belém, que se atém aos problemas de limites do Peru para o norte. Estas atividades são coordenadas pela Divisão de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
Finalizando, vale observar que o assunto aqui tratado, ainda que visando o aspecto de limites internacionais, é aplicável, também, dentro do país, com vistas às divisas Estaduais e Municipais.
A posse e a propriedade de uma terra são lastreadas basicamente no conceito fundamental da soberania.
Definindo-se "Posse" como a capacidade de dispor, e "Propriedade" como o direito de dispor da coisa, temos a "Soberania" como o direito e a capacidade de decidir sobre a propriedade e a posse. A soberania, entretanto, em uma região, somente é perfeitamente estabelecida pela precisa definição desse território, o que somente é possível através do estabelecimento de seus limites.
Wilson R.M. Krukoski
Aprendemos que são os seguintes os elementos básicos formadores de uma nação: "Povo", "Governo" e "Território".
As presentes considerações enfocarão mais especificamente este ultimo elemento. "Território" é a superfície delimitada por divisas, onde uma nação exerce sua soberania.
"A primeira divisa foi riscada no terreno pelo primeiro ser que compreendeu sua posição em face do semelhante mais próximo. Da propriedade individual passou à soberania coletiva, isto é, à casa, à cidade, da cidade à província e desta ao país. Tudo tem limites, raias, lindes, cercas, muros ou designação outra que vise as caraterísticas das posses materiais, de alguém, homem ou entidade social" (Castilhos Goycochea).
Fazendo uma análise retrospectiva ao longo da História, podemos verificar que o conceito ligado a Território, tal como o entendemos hoje, só veio a ser usado ha pouco mais de trezentos anos. Até então as nações tinham seus territórios definidos até onde os respectivos governos tinham capacidade de exercer sua soberania.
A concepção de nação era então ligada a um centro comunitário, uma cidade com seu governo, seu povo e sua cultura, influenciando as regiões circunvizinhas. Assim é que estudamos com escassa definição geográfica a localização e os contornos do Império Romano, os domínios de Carlos Magno, o Império Otomano, etc.
A materialização no terreno, com monumentos definidores, dos limites de um território, passou normalmente a ser feita a partir do século XVIII. Assim encontramos as primeiras tentativas de demarcação no continente Sul-Americano, a partir dos tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), que visavam a separar a terra dos Espanhóis da dos Portugueses.
Buscou-se inicialmente ter por fronteira uma região inóspita ou um obstáculo difícil de ser transposto. Ou, dito de outra maneira: era o lugar mais longe aonde podiam chegar as influências de um povo. Geralmente se constituía de um rio, uma montanha, um deserto, que serviam de parapeito, ou separação. A intenção era realmente separar as nações. Nos tempos modernos, a conceituação "de separar" mudou inteiramente.
Uma fronteira não é um parágrafo de um Tratado, nem uma linha num mapa, mas uma estrutura complexa e funcional na face da terra.
Devemos desde logo distinguir dois termos, muitas vezes impropriamente usados como sinônimos: Fronteira e Limite.
O termo "Fronteira" é mais abrangente e se refere a uma região ou faixa, enquanto que o termo Limite está ligado a uma concepção precisa, linear e perfeitamente definida no terreno.
Ao enfocar com objetividade a implantação dos limites, os estudiosos assim dividiram as fases em que a mesma se processa: "Precedentes Históricos", "Delimitação", "Demarcação" e "Caracterização".
Na fase dos "Precedentes Históricos", são estudadas as caraterísticas culturais dos povos ocupantes das diversas regiões, assim como eventuais tentativas anteriores (fracassadas ou anuladas) para o estabelecimento da fronteira.
É flagrante o conceito de que grande parte dos problemas africanos é decorrente da inobservância desses precedentes por ocasião da sua divisão política.
Considera-se como fase de "Delimitação" o estabelecimento e a ratificação dos Tratados que versam sobre o assunto.
Nesta fase, os negociadores de um e outro país decidem, à vista da documentação disponível, como deve ser traçada a linha delimitadora dos territórios que estão sendo definidos. É um processo essencialmente político.
Em seguida, passa-se à fase da "Demarcação", quando os demarcadores procuram interpretar no terreno as intenções dos delimitadores. Esta é uma fase técnica, que, no entanto, pode oferecer dificuldades de interpretação para achar no terreno o rio, a lagoa, a montanha ou outro acidente geográfico que tenha servido de base para a delimitação.
Nesta fase são implantados os "marcos demarcadores" ou "marcos principais", definidores das grandes linhas do contorno do território do país em foco.
Finalmente, temos a "Caracterização, fase estritamente técnica, na qual se procura, à medida em que aumentam as necessidades conseqüentes das ocupações populacionais ao longo das fronteiras, colocar novos marcos definidores da linha de limite, rigorosamente dentro do espírito estabelecido pelos demarcadores.
Tanto a "Demarcação", como a "Caracterização", são realizadas através de Comissões Mistas, formadas por técnicos dos países limítrofes.
Obedecendo a uma hierarquia lógica, cada fase não pode alterar a fase precedente. Assim, os técnicos que estão providenciando a melhoria da caracterização em uma fronteira, têm que levar em conta o anteriormente estabelecido pelos demarcadores, da mesma maneira que os demarcadores procuraram se ater ao espírito do tratado que estabeleceu a delimitação.
Existem ainda nações com suas fronteiras nas diversas fases anteriormente citadas. Na grande maioria já passaram da Delimitação e Demarcação, estando em processo de Caracterização, que é um processo contínuo, praticamente interminável, sempre sujeito a melhores definições.
Temos também nações que estão surgindo. A ONU quando foi criada contava com meia centena de nações. Hoje a ONU é composta de quase duas centenas de estados independentes.
Em diversos problemas internacionais da atualidade poderemos identificar casos em que uma revisão, desde os precedentes históricos, é uma necessidade para que sejam atingidas com sucesso as fases de Delimitação e Demarcação.
Nos processos de secessão do Leste Europeu, o surgimento de novas nações é um fato presumível. As providências para o estabelecimento de seus territórios decorrerão, naturalmente, dentro do escalonamento das fases anteriormente citadas
Focalizaremos a seguir os diversos tipos de limites. Uma maneira usada para distinguir os limites é dividi-los em dois tipos: Limites Naturais e Limites Geométricos ou Artificiais.
Entre os primeiros, estão os limites Hídricos ou cursos d'água e os Orográficos ou secos, que são representados geralmente por divisores de águas, montanhas ou outros acidentes geográficos.
Entre os "Limites Geométricos", temos as Linhas Geodésicas (algumas vezes equivocadamente tratadas como "retas") e as Linhas Geográficas (Meridianos e Paralelos).
Vamos agora observar os diversos monumentos, que geralmente são colocados nas fronteiras, para assinalar exatamente os locais por onde passam as linhas de limites.
Temos os Marcos de Limite, colocados exatamente por onde corre a linha e temos os Marcos de Referência, colocados próximos a linha de limite; é o caso quando a linha segue um rio, quando então colocamos marcos nas suas margens.
Também usamos chamar os marcos, em função de sua importância, assim temos Marcos Principais, Marcos Secundários, Intercalados ou Intermédios, conforme sejam os marcos colocados inicialmente, quando por ocasião do processo inicial de "Demarcação" (os primeiros), ou em continuação, nos trabalhos de "Caracterização".
Existem também os Marcos de Deslinde. São assim chamados os marcos colocados para indicar a linha de limite, quando esta linha não segue rigorosamente o que estava previsto no documento básico de "Delimitação". É o caso das localidades junto a fronteira, que, ao se acentuar a "Caracterização" têm que ser colocados um pouco fora de um divisor de águas (normalmente fazendo uma compensação de áreas), para facilitar a caracterização, seguindo o desenvolvimento urbano antes existente.
Dissemos antes que as fronteiras e limites eram estabelecidos, antigamente, para separar povos. Hoje são nas faixas de fronteiras que se dão os melhores intercâmbios das nações modernas. São as chamadas "Fronteiras Vivas", visto que as fronteiras-obstáculos receberam os benefícios da civilização e passaram a se unir.
Com a moderna aproximação dos países e o aparecimento das Comunidades de Nações, poder-se-ia achar que as fronteiras estariam condenadas, no futuro, a desaparecer. Acreditamos que não. Mudou a maneira de serem tratadas, mas jamais poderão ser dispensadas. Poderíamos comparar com o caso da divisa entre moradores, no campo, onde uma cerca velha ou um banhado é suficiente para separar as propriedades; em contraste com a delimitação de terrenos numa cidade, onde os lotes altamente valorizados são definidos dentro do milímetro e há necessidade de um perfeito cadastramento e uma precisa monumentação.
É sempre oportuna a lembrança de que "boas cercas fazem bons vizinhos".
Vamos olhar agora para o Brasil. Entendemos que toda a fase de Delimitação foi já realizada, e praticamente toda a fase de Demarcação está completada. Estamos em todas as nossas fronteiras levando a cabo a fase de Caracterização.
No Ministério das Relações Exteriores do Brasil os assuntos de fronteiras e limites já foram fundamentais. Veja-se a era de Rio Branco, que soube tão bem tratar de nossas lindes fronteiriças, com excepcional estratégia político-diplomática. Acreditar, entretanto, que não persistem ainda problemas e trabalhos de fronteira e limites seria um grave erro. Esses trabalhos nunca terminam, porque estes assuntos, tipicamente de âmbito binacional, só podem ser tratados por comissões mistas, em um trabalho continuado bastante especializado.
Além das atividades consulares de fronteira sempre persistem detalhes específicos, próprios da fase de caracterização, que são realizados no Brasil através do trabalho continuo de duas Comissões Técnicas do Ministério das Relações Exteriores, uma sediada no Rio de Janeiro, encarregada dos limites brasileiros com a Bolívia até o Uruguai e outra sediada em Belém, que se atém aos problemas de limites do Peru para o norte. Estas atividades são coordenadas pela Divisão de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
Finalizando, vale observar que o assunto aqui tratado, ainda que visando o aspecto de limites internacionais, é aplicável, também, dentro do país, com vistas às divisas Estaduais e Municipais.
A posse e a propriedade de uma terra são lastreadas basicamente no conceito fundamental da soberania.
Definindo-se "Posse" como a capacidade de dispor, e "Propriedade" como o direito de dispor da coisa, temos a "Soberania" como o direito e a capacidade de decidir sobre a propriedade e a posse. A soberania, entretanto, em uma região, somente é perfeitamente estabelecida pela precisa definição desse território, o que somente é possível através do estabelecimento de seus limites.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Porque que o tempo anda cada vez mais depressa?
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca ,vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio...você começará a perder a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Então... quando tempo suficiente houver passado,você perderá completamente a noção das horas, dos dias...ou anos. Estou exagerando para efeito didático, mas em essência é o que ocorreria.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo derivado movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Se alguém tirar estes sinais sensoriais da nossa vida, simplesmente perdemos a noção da passagem do tempo.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 milpensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia. Para que não fiquemos loucos, o cérebro faz parecer que nós não vimos, não sentimos e não vivenciamos aqueles pensamentos automáticos, repetidos, iguais.
Por isso, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e"apagando" as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir, tudo parece muito complicado, o câmbio, os espelhos, os outros veículos... nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular (proibido no Brasil), ao mesmo tempo.
E você usa apenas uma pequena "área" da atenção para isso.Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos´para a mente.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera o tempo é a...r-o-t-i-n-a.A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
E-mail de Maria Helena (Ouvinte Porto Alegre)
Postado por Pedro Fonseca - Rádio Putzgrila
sábado, 7 de fevereiro de 2009
O espaço geográfico na geografia.
Fonte: INFOESCOLA
O espaço Geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das realizações humanas”).
Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço geográfico apresenta definição bastante complexa e abrangente. Outros conceitos também relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção.
A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre outros corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto importante da estrutura do espaço geográfico, a localização.Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço como sendo algo não passível de percepção, porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant introduziu a idéia de que o espaço é algo separado dos demais elementos espaciais. Entretanto, suas idéias não permitem concebê-lo como algo constituído de significado ou estrutura própria.
Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um componente essencial para a compreensão do espaço, com ser que cria e modifica espaços de acordo com suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a concepção filosófica de espaço proposta por Maurice Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são concepções filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da concepção geográfica.
A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse considerado como objeto de estudo, foi a introduzida por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de “espaço vital” se confundia com a de território a medida em que era atrelado à ele uma relação de poder.
Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são desprezados.
A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as mesmas propriedades físicas em todas as direções, homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, etc.).
Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia crítica, que tem com base os pensamentos marxistas e para a qual o espaço é definido como o locus da reprodução das relações sociais de produção. Nesta concepção espaço e sociedade estão intimamente ligados.
Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para geografia que passa a encarar o espaço como fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existentes entre os homens na sociedade.”.
Bibliografia
http://www.ub.eshttp://www.ig.ufu.br ALVES, Glória da Anunciação. Cidade, Cotidiano e TV. In: CARLOS, A. F.(org.) A geografia na sala de aula. In: DUARTE, M. de B. (et all) Reflexões sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia. Revista eletrônica: Caminhos de Geografia 17 (16) 190-196. UFU, 2005.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Aniversário de Bob Marley
MSN / por Gabriel Rocha Gaspar, redação ONNE
Nesta sexta-feira, 6 de fevereiro, o rei do reggae completaria 64 anos
Numa pausa das risadas, Bob Marley ficou subitamente sério. “Eu vou morrer aos 33 anos, idade de Cristo”, disse aos amigos com quem se refrescava sob a sombra de uma árvore, em Nine Miles, interior da Jamaica. Todos se entreolharam assustados, aquilo não era normal. Muito menos vindo de um adolescente, com 14 anos recém-completados. Na Jamaica, soava mais estranho ainda: dificilmente um jamaicano fala em morte. No rastafarianismo, segunda religião mais popular na ilha (atrás do protestantismo), até Deus é vivo.Marley passou perto: morreu de câncer aos 36 anos de idade. Há quem diga que esta fala – reproduzida na biografia oficial, “Queimando Tudo”, de Timothy White – seja um indício da vocação auto-infligida a salvador da humanidade. Se Marley, tal qual os Beatles, é comparável a Cristo, não cabe discutir. Mas que seu legado cultural, religioso, político e – claro – musical tem peso incomparável, isso tem.
Desde que Bob Marley morreu, suas ideias cresceram, dominaram mentes de novas gerações, renderam devoção quase religiosa de gente tão diversa quanto Mano Brown, Paul McCartney e Stevie Wonder.Mas, para seguir a linha jamaicana de raciocínio, não é morte o tema desta matéria. O rei do reggae completaria 64 anos nesta sexta-feira, 6 de fevereiro. E se ele estivesse aqui para contar a história dessas seis décadas, certamente a história da música – para não dizer do mundo – seria outra. Em seus últimos dois discos, Bob Marley flertou com caminhos inéditos para sua música e visão política. Em “Survival” (1979), cantou uma África embrutecida por guerras civis, pediu que o mundo olhasse para os pobres e se disse um guerreiro sobrevivente da escravidão. Foi seu álbum mais contundente. Não à toa, a 14 de abril de 1980, Marley foi convidado para tocar na independência da Rodésia que, também não à toa, adotaria o nome “Zimbábue”, título de uma das mais importantes músicas do rasta.
Nesta sexta-feira, 6 de fevereiro, o rei do reggae completaria 64 anos
Numa pausa das risadas, Bob Marley ficou subitamente sério. “Eu vou morrer aos 33 anos, idade de Cristo”, disse aos amigos com quem se refrescava sob a sombra de uma árvore, em Nine Miles, interior da Jamaica. Todos se entreolharam assustados, aquilo não era normal. Muito menos vindo de um adolescente, com 14 anos recém-completados. Na Jamaica, soava mais estranho ainda: dificilmente um jamaicano fala em morte. No rastafarianismo, segunda religião mais popular na ilha (atrás do protestantismo), até Deus é vivo.Marley passou perto: morreu de câncer aos 36 anos de idade. Há quem diga que esta fala – reproduzida na biografia oficial, “Queimando Tudo”, de Timothy White – seja um indício da vocação auto-infligida a salvador da humanidade. Se Marley, tal qual os Beatles, é comparável a Cristo, não cabe discutir. Mas que seu legado cultural, religioso, político e – claro – musical tem peso incomparável, isso tem.
Desde que Bob Marley morreu, suas ideias cresceram, dominaram mentes de novas gerações, renderam devoção quase religiosa de gente tão diversa quanto Mano Brown, Paul McCartney e Stevie Wonder.Mas, para seguir a linha jamaicana de raciocínio, não é morte o tema desta matéria. O rei do reggae completaria 64 anos nesta sexta-feira, 6 de fevereiro. E se ele estivesse aqui para contar a história dessas seis décadas, certamente a história da música – para não dizer do mundo – seria outra. Em seus últimos dois discos, Bob Marley flertou com caminhos inéditos para sua música e visão política. Em “Survival” (1979), cantou uma África embrutecida por guerras civis, pediu que o mundo olhasse para os pobres e se disse um guerreiro sobrevivente da escravidão. Foi seu álbum mais contundente. Não à toa, a 14 de abril de 1980, Marley foi convidado para tocar na independência da Rodésia que, também não à toa, adotaria o nome “Zimbábue”, título de uma das mais importantes músicas do rasta.
No seu último disco, “Uprising” (1980), Bob Marley se aproximou musicalmente do pan-africanismo radical de Fela Kuti. Fez um afrobeat (“Could You Be Loved”), ressuscitou o ska, ritmo pioneiro da Jamaica (“Bad Card”) e, pela primeira (e última) vez na vida, gravou uma faixa só com voz e violão (“Redemption Song”). Em um tom melancólico, Marley disse que tudo o que teve na vida foram “sons de liberdade, sons de redenção”. Verdade... Em parte. Marley também teve 11 filhos com oito mulheres diferentes; teve músicas gravadas por artistas do mundo inteiro; teve uma mansão/comunidade em Kingston; teve legiões inacabáveis de seguidores; teve dois discos de platina; foi o primeiro artista do Terceiro Mundo a ser aceito no Hall of Fame do rock; teve dinheiro, fama e sucesso.
Mas foi um detalhe que transformou o legado de Bob Marley em uma fonte inesgotável de admiração: nem depois de tantas conquistas, ele deixou de ser o rude boy (gíria jamaicana para a juventude do gueto) de Trenchtown. O garoto humilde da favela que pregou o retorno espiritual à África, que denunciou a atualidade da discriminação racial e a vida dura no Terceiro Mundo, com a mesma competência com que cantou o amor, o sexo e a integração racial. Parabéns a Bob Marley que, aos 64 anos, continua jovem e atual.
Conheça os discos que Bob Marley gravou em vida:
Catch a Fire (Island Records, 1973)
Burnin’ (Island Records, 1973)
Natty Dread (Island Records, 1974)
Live! (Island Records, 1975)
Rastaman Vibration (Island Records, 1976)
Exodus(Island Records, 1977)
Kaya (Island Records, 1978)
Survival (Island Records, 1979)
Uprising (Island Records, 1980)
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