segunda-feira, 8 de junho de 2009

Para todos aqueles que viveram nos tempos das fitas K7.



Meio ambiente

Mudanças climáticas

ONGs divulgam tratado sobre clima em Bonn

P. Carvalho

Cientistas de organizações não governamentais como Greenpeace, WWF, IndyACT, Fundação David Suzuki, Centro de Ecologia Nacional da Ucrânia e especialistas independentes de todo o mundo, apresentaram, em Bonn, na Alemanha, um tratado para servir de referência jurídica ao acordo global sobre clima que será discutido por mais de 190 países no fim do ano em Copenhague, na Dinamarca. O documento mostra como as principais diferenças entre nações pobres e ricas podem ser superadas para a obtenção de um texto que substitua o Tratado de Quioto.

De acordo com o diretor-executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, "o que está no centro desse tratado é a sustentabilidade do planeta, o modelo de desenvolvimento econômico vigente e a vida de milhões de pessoas que sofrerão os impactos das mudanças climáticas e podem ter de pagar com suas vidas pela falta de compromisso dos líderes mundiais". Na opinião de Furtado, o tratado é exatamente o acordo que o mundo está esperando. "O Brasil poderia liderar esse movimento, se comprometendo, inclusive, com a meta de redução das emissões de 40%", disse.

Acordo inédito - "Esta é a primeira vez na história que uma coalizão de grupos da sociedade civil dá um passo tão importante como esse. Juntos, produzimos o documento jurídico mais coerente até agora, mostrando soluções equilibradas e possíveis, baseadas na eqüidade e na ciência", afirmou Kim Carstensen, do WWF Internacional.

O trabalho, denominado Tratado do Clima de Copenhague, tem cerca de 160 páginas e é resultado de mais de um ano de trabalho dos especialistas ambientais. O documento será distribuído aos representantes dos países que estarão negociando o substituto do Tratado de Quioto.

A proposta jurídica do documento é composta por três partes. Prevê a atualização do Tratada de Quioto, como forma de reforçar as obrigações dos países industrializados, a elaboração de um Protocolo de Copenhague, que exija um compromisso jurídico dos Estados Unidos e aponte caminhos para uma economia de baixo carbono nos países em desenvolvimento, apoiados por nações desenvolvidas, e um conjunto de decisões que estabeleça as bases de negociações para os próximos três anos.

"A iniciativa deve ajudar os pobres e vulneráveis a lidar com os impactos inevitáveis do clima. Sem um acordo forte e eficaz em Copenhague, em um futuro bem próximo, nós teremos de destinar mais recursos para guerras por recursos naturais e para refugiados do clima", disse Wael Hmaidan, da ONG IndyACT.

Entre os itens previstos no texto há ainda:

Emissão de gases de efeito estufa (excluindo aqueles controlados pelo Protocolo de Montreal) em 2020 inferior a 36,1 giga toneladas (Gt) de CO2e, com base nos níveis de 1990. Redução das emissões para 7,2 giga toneladas de CO2e em 2050 (em outras palavras, corte de 80% em relação a 1990).

Criação de nova instituição para gerir os processos de redução das emissões, adaptação e proteção florestal do novo tratado de clima.

Recomendação de ação de longo prazo tanto para nações ricas quanto para os países em desenvolvimento.

Metas obrigatórias para novos países industrializados, como Cingapura, Coréia do Sul e Arábia Saudita.

Extraído do Portal Terra.