terça-feira, 23 de setembro de 2008

Buraco da camada de ozônio sobre Antártida já é maior do que em 2007
da Efe, em Genebra

O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida já é maior do que em 2007, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Entretanto, para especialistas, o índice não deve atingir neste ano os níveis de 2006, quando foi observada a maior abertura da história.
Nas duas últimas semanas, o buraco na camada de ozônio sobre o continente antártico --que costuma alcançar sua abertura máxima no final de setembro e início de outubro --tem aumentado rapidamente, segundo os especialistas, até o ponto de superar o máximo alcançado em 2007.
No dia 13 de setembro, o buraco da camada de ozônio se espalhava por 27 milhões de km2, enquanto a mesma abertura não tinha superado 25 milhões de km2 em 2007.
A OMM afirmou hoje que os cientistas estão cada vez mais conscientes das possíveis relações entre a diminuição da camada de ozônio e a mudança climática.
"O aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera contribuirá para um aumento das temperaturas na troposfera e na superfície do globo, enquanto será produzido um efeito de esfriamento na estratosfera, altitude na qual está a camada de ozônio", destacou em comunicado.
A diminuição das temperaturas observada nos últimos anos na estratosfera no inverno facilita as reações químicas que destroem o ozônio.
Geir Braathen, especialista da OMM, afirma que, apesar do maior tamanho do buraco neste ano, "a situação deve melhorar no longo prazo". "Nós já vimos o pior [em 2006]".
'Nas latitudes temperadas, onde vive a maior parte da população mundial, não achamos que a situação irá se agravar, mas irá melhorando lentamente, enquanto nas zonas polares a situação é mais grave e veremos o buraco da camada de ozônio por outros 10 ou 20 anos como agora', declarou.
Pelo Protocolo de Montreal, os governos concordaram em eliminar 95% o uso de gases CFC, comumente usados para refrigeração. A essa decisão se uniu no ano passado um compromisso de acelerar a redução progressiva dos hidroclorofluorcarbonos (HCFC), que os substituíram e que também são prejudiciais ao ozônio, além de serem potentes gases do efeito estufa.
Em 2006, o buraco sobre a Antártida bateu recorde por causa de um inverno frio e se estendeu sobre uma superfície de 29,5 milhões de km2, com uma perda de ozônio avaliada em 40 milhões de toneladas.

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