quinta-feira, 9 de abril de 2009

O sinal de alerta!


Geleiras do Ártico estão cada vez mais fragilizadas pelo aquecimento

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da France Presse, em Washington

As geleiras do Ártico estão cada vez mais frágeis devido ao aquecimento global, advertiram especialistas americanos, segundo os quais a espessura das placas de gelo e sua extensão no inverno diminuem desde as primeiras análises de satélite, em 1979. A advertência foi feita na segunda-feira (6).

A calota glacial no inverno é composta atualmente em 70% por geleiras sazonais --geleiras de pequena espessura que derretem durante o verão e se formam novamente todo ano.
John McConnico/AP

Região do círculo polar ártico, em Kulusuk, Groenlândia; cientistas afirmam que geleiras estão mais frágeis devido ao aquecimento

Este nível jamais foi detectado: a proporção era de 40 a 50% durante os anos 80 e 90, destaca nesta segunda-feira um relatório do Centro Nacional Americano da Neve e do Gelo (NSIDC), em Boulder, Colorado (oeste).

A geleira mais espessa (acima de 2,74 metros), que se mantém por pelo menos dois verões, representa apenas 10% de todo o gelo hibernal, ou seja, uma diminuição de 30 a 40%, indicaram os autores desta pesquisa.

Até 2007, era difícil medir a espessura da calota glacial ártica, e os cientistas recorriam à idade da geleira para obter uma estimativa aproximada.

Em 2008, uma equipe de pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, elaborou o primeiro mapa em três dimensões da Bacia Ártica, permitindo obter medidas precisas da espessura das geleiras em todos os pontos.

Utilizando os dados do satélite ICESat da Nasa de 2005 e 2006, eles conseguiram calcular a espessura e o volume das geleiras árticas que, no inverno, contêm água suficiente para encher dois dos grandes lagos norte-americanos, o lago Michigan e o lago Superior.

Em termos de superfície, o tamanho da Calota Polar Ártica foi nesse inverno o quinto menor desde 1979.

Nos seis últimos anos (2004-2009), a superfície máxima das geleiras no inverno ficou menor, destacou Charles Fowler, um especialista no estudo das geleiras da Universidade de Boulder (Colorado), chefe da equipe de cientistas que elaborou o relatório.

No dia 28 de fevereiro, a Calota Ártica media 15,2 milhões de km2, ou seja, 720 mil km2 a menos, em média, do que a superfície hibernal entre 1979 e 2000.
Até uma data recente, a maior parte das geleiras árticas sobrevivia por pelo menos um verão e, frequentemente, durante anos passando pela estação. Mas essa situação mudou rapidamente desde o início desta década.

"A extensão da geleira é uma medida importante de solidez da Calota Polar Ártica, mas oferece apenas uma visão bidimensional", ressaltou Walter Meier, pesquisador do NSIDC.
"A espessura da geleira é um índice também essencial, sobretudo durante o inverno, já que ela indica a solidez da calota. A geleira diminui no verão e derrete mais facilmente se estiver menos espessa", acrescentou.

"Esses novos dados indicando, ao mesmo tempo, a espessura e a extensão das geleiras do Oceano Ártico nos permitem compreender melhor a sensibilidade e a vulnerabilidade das geleiras frente às mudanças climáticas", considerou Ron Kwok, do JPL.

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